quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Uso de bicicletas como meio de transporte.

Texto escrito por Claudio J Pereira (com o devido crédito)

VALE A PENA LER ATÉ O FIM, E REFLETIR SOBRE O ASSUNTO!

DESABAFO: USO DE BICICLETAS COMO TRANSPORTE

Estava assistindo o noticiário de um emissora de TV hoje, por volta das 13:30 h e vi uma reportagem sobre o uso de bicicletas como meio de transporte no Japão, especificamente, em Tóquio.

Tóquio é a cidade mais populosa do mundo com seus 32,5 milhões de habitantes numa área de pouco mais de 8 mil km². Achei interessante a citação de Tóquio, pois quando alguém cita alguma cidade européia, ou até paises, aqui no Brasil cita-se São Paulo como uma cidade do tamanho de um país europeu. E isso era uma desculpa (fato) que eu achava válida, pois controlar o que é menor é mais fácil. Todavia, São Paulo-SP, tem 8,5 mil km², um pouco maior que Tóquio, com população de aproximadamente 20 milhões de pessoas, pouco mais de 60% da população da cidade oriental.

Não há mais a desculpa de que SP é uma cidade muito grande e que por conta disso não se consegue tomar diretrizes em prol do ciclista (não só ciclistas, haja vista que usar meio de transporte não poluente faz bem pra todo mundo). O que falta em São Paulo, e também em todo o Brasil, é recomeçar. Nós começamos errados e continuamos errando, somos um país de mal educados e corruptos, aprendemos que é errado ser certo e temos vergonha quando não usamos o famigerado “jeitinho brasileiro” (expressão que me irrita).

O povo oriental é reconhecidamente mais educado (leia-se, honesto) que o brasileiro e por conta disso é fácil aplicar leis e regras. Lá não existem ciclovias, na verdade, eu sempre achei que o uso de ciclovias, ou ciclofaixas, é uma imposição à falta de educação de quem vai dirigir. Em Tóquio, as bicicletas não estão tomando o espaço dos carros, elas estão compartilhando e isso pela educação, tolerância, paciência e outros itens virtuosos do povo daquele país.

No Brasil, nunca vai pegar a ciclofaixa, pois eu conheço lugares, como em Salvador, onde a ciclofaixa é invadida por carros na tentativa de ultrapassagem. Isso aqui no Brasil, chama-se “ser esperto”, para mim – e provavelmente pelos japoneses –, chama-se “ser corrupto e ignorante”.

Não somos tolerantes e nem educados, não aceitamos o espaço do outro e nem a sua opinião. Como ateu, vejo o que acontece quando um teísta me pergunta a minha religião. Enquanto para mim a religião do outro não interfere no seu caráter e nem no tipo de pessoa que ela é, pare estes a minha descrença em Deus é pejorativo na minha constituição pessoal. Isso é falta de educação, é falta de inteligência e tolerância para com o seu semelhante.

Outro dia, vi o Zico comentando como foi difícil trabalhar com os japoneses, pois quando o árbitro mandava os jogadores ficarem a 9,15 m de distância da bola numa cobrança de falta, eles ficavam e sem se mexer, pois se mexer faz parte do jeitinho, da malícia e da esperteza corrupta que o Zico aprendeu. Já para aquele povo, isso era contra a regra, era ser mal educado, por isso eles custaram a “desaprender” como ser honestos e dentro da regra suja e maliciosa que se ensina aqui.

Assim, não será fácil instituir no Brasil atitudes corretas que dependam mais do seu povo que das autoridades. Talvez, quando a raça humana desaparecer e o Brasil for novamente povoado, e desta vez por seres superiores, isso aconteça.


Claudio J. Pereira (ciclista)



OBS: o texto foi escrito pelo autor acima citado, há algumas semanas atrás, mas a relevância desse assunto nunca deveria cair no esquecimento!

Autoridades, formadores de opinião, motoristas, motociclistas, ciclistas, todos deveriam ler!

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